Trabalho associado e Economia Solidária: o caso da juventude trabalhadora da Eco Várzea
O caso da juventude trabalhadora da Eco Várzea
Palavras-chave:
Juventude, Trabalho associado, Economia Solidária, Agricultura familiarResumo
Este artigo objetiva compreender os modos de trabalho de jovens agricultores em uma associação de agricultura familiar, buscando as
aproximações entre o seu trabalho, trabalho associado e Economia Solidária. Foi conduzida uma pesquisa qualitativa e de campo na Feira Agroecológica da Eco Várzea com três jovens agricultores, residentes de assentamentos rurais. Na pesquisa, a técnica utilizada foi a observação participante e o instrumento foi o
diário de campo, para registros do conteúdo das observações, das impressões pessoais dos pesquisadores e de informações relevantes para a pesquisa. O estudo encontrou que, embora inegavelmente importante em termos de prover sustento, para os três jovens o trabalho extrapola obter renda e permite que eles socializem, desenvolvam uma identidade positiva com o que fazem e pertençam a um coletivo e à comunidade. Práticas autogestionárias foram identificadas
em suas atividades de trabalho. Dentro da perspectiva de trabalho associado,
ao dialogar com a Economia Solidária, esta pesquisa pôde identificar que tais
práticas coletivas e autogestionárias não são nomeadas como tal pelos jovens participantes, a saber, entre outras: a participação em assembleias, o valor atribuído à coletividade e o entendimento de que é a comunidade que mantém a associação e a feira funcionando.
Referências
Abrantes, A. A., & Bulhões, L. (2016). Idade adulta e o desenvolvimento psíquico na sociedade de classes. Periodização histórico-cultural do desenvolvimento psíquico: do nascimento à velhice. Campinas: Autores Associados.
Bernardo, M. H., Sousa, C. C., Pinzón, J. G., & Souza, H. P. (2015). A práxis da Psicologia Social do Trabalho: reflexões sobre possibilidades de intervenção. Psicologia Social e Trabalho: perspectivas críticas. Florianópolis: ABRAPSO Editora: Edições do Bosque.
Brasil. (2013). Estatuto da Juventude: atos internacionais e normas correlatas. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas.
Brasil. (2013). Política Nacional de Economia Solidária – SENAES/MTE. Apoio à implantação de ações integradas de economia solidária como estratégia de promoção do desenvolvimento territorial sustentável visando a superação da extrema pobreza. Brasília: SENAES/MTE.
Cabral, A. A. O. (2021). Reforma agrária no Brasil: a reforma (im)possível. (Tese de doutorado não-publicada). Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, Paraíba.
Carvalho, M. L. (2022). Juventude e economia solidária: potencialidades e desafios. Mercado de Trabalho, v. 1, n. 0, 185-193. DOI: dx.doi.org/10.38116/bmt73
Coraggio, J. L. (2021). A pandemia e depois: Nove linhas de pesquisa em economia social e solidária. Otra Economía, 14(26), 3-13.
Corseuil, C. H. L., Franca, M. P., & Poloponsky, K. (2020). A inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho num contexto de recessão. Novos Estud., v. 39, n. 3, 501-520. DOI: dx.doi.org /10.25091/s01013300202000030003
Coutinho, M. C., Bernardo, M. H., & Sato, L. (2017). Psicologia Social do Trabalho. Petrópolis: Vozes.
Dayrell, J. (2003). O jovem como sujeito social. Rev. Bras. de Educ., n. 24, 40-52.
Esteves, E. G. (2002). Emprego versus trabalho associado: despotismo e política na atividade humana de trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 5, 51-56.
Esteves, E. G., & Andrada, C. F. (2021). O que é Economia Solidária? In: F. G. Leonardi, G. A. Wagner, & R. P. S. Assumpção (orgs.), Metodologias participativas para a construção de uma educação em direitos humanos (pp. 36-44). São Paulo: Alameda.
Fischer, M. C. B., Pereira, A., & Tiriba, L. (2013). Juventude, associativismo e economia solidária: “não é por centavos, é por direitos”. Mercado de Trabalho, v. 55, 69-76.
Genoud, L. F. C. (2022). Sobre respeitar todas as vidas: análise da produção e da comercialização agroecológica da Ecovárzea em sua feira em João Pessoa. (Dissertação de mestrado não-publicada), Programa de Pós-graduação em Antropologia, Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, Paraíba.
Gontijo, F. M. C., & De Paula, A. P. P. (2019). Os sentidos da economia solidária: reflexões sobre um curso de formação. Educ. Pesq., v. 45. DOI: dx.doi.org/10.1590/S1678-634201945185054
Liboni, M. T. L., & Heloani, J. R. (2016). Juventude rural, trabalho e identidade: a experiência de participação em empreendimento rural de Economia Solidária. Otra Economía, 10(18), 64-76. doi: 10.4013/otra.2016.1018.06.
Lima, M. G. (2015). Autogestão e “gestão de pessoas”: desafios e possibilidades para desenvolvimento de um sistema a partir dos princípios da economia solidária. In: M. C. Coutinho, O. Furtado, & T. R. Raitz (orgs.), Psicologia Social e trabalho: perspectivas críticas (pp. 194-214). Florianópolis: ABRAPSO Editora: Edições do Bosque.
Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec.
Novais, T. O., de Jesus, A. C. C., Marques, L. I., & Almeida, V. E. S. (2016). A economia solidária como uma forma de promoção da juventude no campo. Com. Ciências Saúde, v. 27, n. 3: 223-230.
Organização Internacional do Trabalho. (2021). Crise do emprego juvenil: desarmando a bomba-relógio ativada pela pandemia. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_816644/lang--pt/index.htm
Roso, A., & Santos, V. B. (2017). Saúde e relações de gênero: notas de um diário de campo sobre vivência de rua. Avances en Psicología Latinoamericana, v. 35, n. 2, 283-299. DOI: dx.doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.3379
Rueda, D., & Elias, W. C. (2017). A juventude na economia solidária: reflexões sobre engajamento e participação. In: Encantar a vida com a diversidade (pp. 83-88). Porto Alegre: EDIPUCRS.
Santos, D. C., Souza, H. F., & Martins, M. E. (2022). Juventude rural e economia solidária: uma revisão de literatura. Cadernos Macambira, v. 7, n. especial, 108-126.
Sato, L., & Esteves, G. E. (2002). Autogestão: possibilidades e ambiguidades de um processo organizativo peculiar. São Paulo: ADS-CUT.
Sato, L., Coutinho, M. C., & Bernardo, M. H. (2017). A perspectiva da Psicologia Social do Trabalho. In: M C. Coutinho, M. H. Bernardo, & L. Sato (orgs.), Psicologia Social do Trabalho (pp. 11-24). Petrópolis: Vozes.
Sato, L., Esteves, E. G., Andrada, C. F., & Nóbrega, J. S. (2021). Resistências ao trabalho precário por meio de relações solidárias: quatro casos do Brasil. Quaderns de Psicologia, v. 23, n. 2. DOI: doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1597
Scopinho, R. A. (2015). Políticas públicas e o lugar do jovem no mundo rural. In: M. C. Coutinho, O. Furtado, & T. R. Raitz (orgs.), Psicologia Social e trabalho: perspectivas críticas (pp. 92-117). Florianópolis: ABRAPSO Editora: Edições do Bosque.
Silva, E. T., Pereira, G. P., Toledo, C., & Carvalho, G. J. (2022). O papel da juventude rural no fortalecimento das cooperativas da agricultura familiar. Cadernos Macambira, v. 7, n. especial, 36-55.
Silva, S. C., Galeto, P. H., & Bastista, R. K. (2020). Juventude, mundo do trabalho e vulnerabilidade social: o desemprego juvenil no Brasil como uma expressão da condição de subalternidade da classe trabalhadora. Emancipação, v. 20, n. especial. DOI: doi.org/10.5212/Emancipacao.v.20.2014836.002
Singer, P. (2002). Introdução à economia solidária. 1. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Singer, P. (2005). A educação na Economia Solidária. In: S. M. P. Kruppa (org.), Economia solidária e educação de jovens e adultos (pp. 13-20). Brasília: Inep.
Tiriba, L., & Fischer, M. C. B. (2011). Formação de jovens trabalhadores associados na produção da vida: questões para debate. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 14, n. 1, 13-29.
Vieira, P. C. (2021). Uma abordagem sobre a economia solidária no Brasil. Sociologia: Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Porto, v. 41, 63-81. DOI: doi.org/10.21747/08723419/soc41a4.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Otra Economía

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Todos os escritos enviados para publicação na revista devem ser inéditos e de autoria por aqueles que se declaram como autores da mesma. Enquanto estão em processo de avaliação ou edição na Otra Economía, não podem ser enviados para nenhuma outra publicação.
Para certificar o caráter da originalidade e ceder os direitos autorais para a revista Otro Economía, o(s) autor(es) deverá(ão) enviar uma declaração assinada (será oportunamente enviada pela Equipe Editorial) na qual deixará um registro de:
1. Que a escrita é original e inédita e não foi enviada para outras publicações, impressas ou eletrônicas, locais ou de outros países.
2. Que eles aceitem a atribuição de seus direitos autorais para publicação em Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria sob uma Licença Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0 Internacional; guardá-los para publicações posteriores após sua aparição na Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria.
3. Que eles reconheçam que Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria não está sujeita a nenhuma responsabilidade legal e/ou econômica que seja reivindicada por terceiros em termos de propriedade intelectual dos textos, imagens, esquemas e outros elementos que compõem o documento a ser publicado.
4. Que os textos, imagens, esquemas e outros elementos que o compõem correspondem à sua autoria; ou foram incluídos no exercício do direito de nomeação; ou estão autorizados a ser usados por uma licença ou autorização genérica ou específica concedida pelo autor e que nos dois últimos casos, as citações correspondentes foram feitas de acordo com as práticas usuais na literatura científica.
5. Que todos os autores contribuíram intelectualmente na sua preparação e leram e aprovaram o manuscrito submetido.
6. Que eles concordam que Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria, publicado pela Universidad Nacional de General Sarmiento (Argentina), a Red de Investigadores Latinoamericanos de Economía Social y Solidaria (RILESS) ea Red Universitaria de Economía Social Solidaria (Ruess) da Argentina, não necessariamente compartilham as declarações que os autores declaram no artigo.
7. Que autorizem o Comitê Editorial da Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria editar, re-editar, publicar, reproduzir, divulgar, distribuir cópias, preparar trabalhos derivados, em papel, eletrônicos ou multimídia, ou qualquer outro criado ou a criar e incluir o artigo na índices nacionais e internacional ou bases de dados, bem como em qualquer outra forma de publicação existente ou que exista no futuro, com a única condição da menção expressa dos autores, e também autorizando Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria para usar seus nomes e, eventualmente, suas imagens para incluí-los na publicação do trabalho.
8. Que autorizem o Comitê Editorial da Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria para decidir, a seu exclusivo critério, aspectos relacionados à apresentação, formato, e qualquer outro que faça a publicação do trabalho, desde que não altere o conteúdo ou forma que é essencial para ele.
9. Que autorizem o Comitê Editorial da Otra Economía. Revista Latinoamericana de Economía Social y Solidaria para realizar todos os atos que possam ser necessários para as inscrições que possam corresponder.
10. Que esta autorização é feita gratuitamente, não é exclusiva, não tem limitação espacial, temporal, quantitativa ou outra.